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Método BmQ

DIWALI – O Festival das Luzes

By | YOGUI LIFE

DIWALI

O Festival das Luzes

Diwali, o festival das luzes que nos conecta com o valor base da cultura Veda – a ação correcta que é como quem diz a ação luminosa que afasta a sombra das nossas vidas.

Esta ação correcta, o Dharma, é o pilar que guia a existência humana, e por isso todos os dias, e em especial neste momento em que se celebra o Deevali, um mantra é repetido extensivamente.

Asato ma sad gamaya
Tamaso ma jyotir gamaya
Mrtyor ma amritam gamaya

Que possamos caminhar do impermanente (ASAT), natureza da existência humana, para o permantente (SAT), a verdade, o Ser espiritual que somos, que permanece imutável)

Que passamos caminhar da escuridão (TAMAS), no sentido da escuridão interior que não nos permite ver que somos pura luz, para a nossa (MA) Luz (JYOTIR)

Que possamos caminhar da morte (MRITYU), não a mera morte física mas a identificação e foco com esse fim que não é real, para a imortalidade (AMRITAM), a luz da Verdade eterna.

GAMAYA significa este movimento constante que vai para além do Sadhana, para além da mente dual. Trata-se de um movimento de transcendência.

Este canto védico precede o estudo de Aham Brahmasmi, que expressa a união de cada um de nós com a Consciência Cósmica que é o marco da realização espiritual. Para além dos nomes, das formas e dos rituais e crenças a que chamamos religião e erradamente confundimos com espiritualidade.

Somos uma raça que procura o conforto esquecendo que o Mundo não foi feito para consumir mas sim para contemplar. Mas não podemos negar quem somos podemos sim nos responsabilizar pela remoção dessa sombra, desse TAMAS. Porém essa ação está longe de ser fácil ou simples. Ela requer purificação da mente, desintoxicação do corpo, e um salto de fé para o amor incondicional e sem forma para então encontrar a nossa Natureza.

A nossa natureza é a Consciência Suprema que permeia e assume muitas vidas, todos os corpos e assim imensas experiências de Ser. Essa natureza imortal que nunca chega a ser mortal.

Para mudarmos de forma radical esta percepção de quem e o que somos, e nos percebermos ATMAN, a verdadeira natureza de Ser que nos conecta a todo o Universo, precisamos cultivar o discernimento de BUDDHI, a inteligência superior que nos permite ver para além da sombra, do que é momentâneo e da ilusão.

É esse movimento que expressa uma vontade consciente de Se compreender, encontrar e formar que é festejado no Diwali.

Que possamos então prosseguir com essa Luz no coração e eleva-lá a todos os nossos pensamentos, atitudes e ações fazendo deste Mundo um sítio mais claro e da minha passagem aqui um bom candeeiro de rua 😉

Bom Deepavali!

Lara Lima
Fundadora do método BmQ
Sócia e Formadora da AMAYUR – Associação Portuguesa de Medicina Ayurveda (amayur.org)
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Doula Ayurveda
Professora Sénior de Yoga

Escolher ser mãe

By | BELLY LOVE

Escolher ser mãe

Há cerca de dois anos, comecei seriamente a pensar em ter filhos. A relação com o meu companheiro estava mais segura e de boa saúde, e como tudo na vida, tinha necessidade de se expandir. A chegada dos 35 anos também estava iminente e apesar de conscientemente tentar não ceder a uma pressão da sociedade (que sempre me disse que a partir desta idade é mais difícil), senti me suavemente empurrada para a questão de ser mãe.

Por essa mesma altura, estava empenhada no ativismo ambiental. Desde pequena que me foi transmitida a preocupação com o ambiente. Ouvia a minha mãe falar de encontros ambientais, participei num clube do ambiente na escola (encabeçado pela minha mãe), e vi-a a lavar e a secar pacientemente sacos de plástico para serem reusados. Apesar de ter sido sempre uma questão presente em mim, procuro ainda hoje uma forma de agir sobre ela.

Há cerca de três anos, essa forma era participar em protestos, daquele sonoros, que berram, e que nos dão a plena consciência do quão difícil é uma mudança de paradigma. Em Washington DC, onde vivia, ajudei a preparar e executar protestos de rua que bloquearam o trânsito na esperança de sermos ouvidos. A consciência da urgência em adotarmos medidas drásticas de combate ao aquecimento global era a nossa força.

O conhecimento científico é claro, se não agirmos drasticamente agora para abrandar o aquecimento global, veremos cidades debaixo de água, ondas de calor mortíferas, tempestades devastadoras, secas e a extinção de milhões de espécies.

E porque não agimos enquanto sociedade para evitar tudo isto? Ou pelo menos, abrandar? Não sei. Talvez a visão do apocalipse seja demais para a nossa compreensão e consequente ação. Talvez a velha história da rã que não sai da panela. Talvez o dia a dia seja já demasiado sufocante e castrador para muitos.

A verdade é que nas várias ações de rua em que participava era claro o empenho de poucos e a inércia de muitos. Por muito empenhados que fossemos, por muito que puséssemos o nosso coração naquelas palavras de ordem, os protestos deixavam-me um sabor amargo pela sensação de que eram inúteis, que caiam no esquecimento, que nunca tinham verdadeira consequência.

E eis que me deparei com o dilema: estou pronta para pôr um filho num mundo em que a lógica me diz que está condenado? Tenho medo da culpa que poderei sentir quando o meu filho, já adulto, se deparar com um mundo arruinado. Lidar com a culpa tem sido um dos meus maiores desafios como mãe. Se já me sinto culpada com coisas pequenas, como esquecer de lhe dar as vitaminas, tenho medo de como me poderei sentir com o sofrimento dele face a um mundo fustigado por calamidades contínuas e pela violência que lhe virá associada.

Então porque decidi no final ter o meu Gabriel? Não sei. Costumo ser daqueles seres irritantes que têm por hábito oferecer respostas e soluções para tudo. Mas neste caso…não sei. Terá sido instinto? Otimismo? Incapacidade para imaginar uma vida sem filhos? Ou simples teimosia? Talvez. Sei que não fui capaz de abdicar desta experiência. Houve qualquer coisa dentro de mim que falou mais alto.

O Gabriel tem agora 10 meses. Na loucura do pós-parto afastei me destas questões, que só agora estão a retornar. Uma coisa aprendi, os filhos são uma força enorme para nos fazer mudar. Com ele começo de novo e tenho a oportunidade de deixar para trás hábitos que não me servem mais. Além da consciência diária que ele aprende através dos nossos exemplos. Li em tempos que um dos argumentos a favor de ter filhos face à calamidade ambiental era precisamente a certeza que os pais tudo fariam para dar um futuro para os filhos. Hoje não duvido desta premissa, e acredito nesse amor como uma força capaz de mudar o mundo. Resta a esperança e a consciência diária de que o Gabriel aprende comigo o que significa não desistir.

 

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Palavras de Laura Bastos que mais do que aluna BmQ é uma amiga de coração cheio e entregue ❤️
Acompanhamento Belly Love – Pré e Pós Parto

AMA – A Raiz da doença

By | ALIMENTAÇÃO, DAILY AYURVEDA

O exagero da importância que damos à comida e o desinteresse que prestamos ao alimento é a principal razão por nos sentirmos tão vazios de Essência. 

É importante seguirmos por uma reeducação alimentar global e serena o que não se deve impor ou substituir à responsabilidade de ser seguido individualmente por um profissional qualificado. 

Quando falamos em ALIMENTAÇÃO AYURVEDA falamos de uma forma consciente de entender a relação que temos com o Mundo e com a própria existência. 

  • Quem somos?
  • Que partes de nós queremos alimentar?
  • Que partes do Mundo queremos saborear?
  • Que partes do Mundo nos abstemos de manter por perto ou dentro de nós?
  • Quais são as minhas reais necessidades? 

Respeito o Mundo e a mim mesma respondendo às minhas necessidades ou sou vítima dos meus desejos e aversões? 

Comer deve ser visto, antes de mais, como um acto sagrado de alimentar a expressão de vida que sou através da entrega de outras formas de vida, num ciclo externo de transformação da forma.

O QUE COMEMOS É…
… o potencial bruto do que somos.

A FORMA COMO COMEMOS É…
…a energia que enaltece.

A DIGESTÃO…
…sublima o alimento naquilo que somos. 

Percebes agora a importância de sacralizar o alimento?

Sacralizar o alimento vai muito além de entoar um mantra ou dar as graças. 

Sacralizar um alimento acontece a partir da tomada de consciência sobre a escolha e confecção do alimento e a promoção de SATWA para alimentar a força de acção e coragem necessária à mudança que trará a firmeza, paz e serenidade que o corpo e a mente equânime necessitam. 

Essa verdadeira forma de Ser e Estar em plena ECOLOGIA PESSOAL define a verdadeira Saúde.

Agora que já percebeste o princípio do alimento é importante perceberes o dilema entre o alimento que nutro e o alimento que envenena.

 

O resultado do alimento que envenena tem o nome de AMA, a Raiz da Doença.

Ama é, para a Ayurveda, considerado a raiz da doença e é o resultado de não digestão e/ou má digestão de tudo o que chega ao nosso corpo através dos 5 sentidos. Seja alimento denso ou mais subtil. 

Ama inclui também a digestão de emoções (Ama mental). 

Quando o alimento, seja de que fonte for, chega ao organismo e não é corretamente digerido ele fica estagnado no nosso corpo fermentando e produzindo biotoxinas – Ama, que influenciam a nutrição e decorrente funcionamento das nossas células, tecidos, orgãos podendo levar ao aparecimento de doenças. Daí ser tão importante reduzir o Ama.

Quando Ama é digerido, o Agni – fogo digestivo melhora, e todo o corpo funciona em plenitude podendo sublimar as causas de sofrimento denso e permitindo aceder a outros níveis de consciência.

Como isto acontece?

Quando o Agni funciona correctamente, as toxinas não permanecem no corpo; a mente e os sentidos são mais aguçados, pensamentos mais claros e decorrente dessa harmonia sentes uma boa energia vital. 

Sabes que estás em desequilíbrio se existe rigidez mental, letargia ou sonolência, alterações do sistema gastro-intestinal como distensão abdominal, diarreia ou obstipação.

Em caso de desequilíbrio, o sistema digestivo vai sentir as suas consequências, visto que leva a um Agni comprometido. A digestão fica afectada, o que tem como consequência a acumulação de componentes mal digeridos no intestino, que poderá afectar outros orgãos, dando origem a doenças graves. 

O Agni alterado pode ser muito quente, levando inclusive a infecções, muito fraco, não conseguindo cumprir as suas funções conforme necessário, ou flutuante (muito quente num momento, muito frio mais no outro), mas seja qual for a alteração em Agni, esta leva ao aparecimento de Ama.

Lara Lima
Fundadora do método BmQ
Sócia e Formadora da AMAYUR – Associação Portuguesa de Medicina Ayurveda (amayur.org)
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Doula Ayurveda
Professora Sénior de Yoga

O PROPÓSITO DO DETOX DO CORPO SÓ TEM PROPÓSITO SE SE CHEGAR A CONHECER A ALMA

By | YOGUI LIFE

DETOX YOUR BODY UNVEIL YOUR SOUL
O PROPÓSITO DO DETOX DO CORPO SÓ TEM PROPÓSITO SE SE CHEGAR A CONHECER A ALMA

Para aquele que simplesmente vive e aceita : o corpo, instintos, necessidades e forma de vida; os programas detox são puramente uma desintoxicação dos acúmulos provenientes dos excessos de uma vida vivida em prol do prazer. Porém, para os outros aqueles que, em algum ponto da história, experienciaram um olhar de soslaio, um vislumbre para algo além da forma, do corpo, dos pensamentos, dos sentimentos. Para esses, a partir desse algo que não se explica terá acontecido o primeiro lampejo de consciência de que a existência não se limita apenas ao reflexo no espelho, ou aquilo de que cantam os poemas e canções.

Frente a esta olhar de soslaio, a este vislumbre, espelhou-se a inquietação, a busca por algo mais. E, porque raramente nos habituamos a olhar para dentro ou a ficar em silêncio com nós mesmos, o instinto é procurar fora quem soubesse definir o indefinível.

Na busca de curar o vazio existencial que tantas vezes não nos deixa dormir encontramos programas de renascimento, “rebirth”, sagrado feminino, meditação, mindfulness numa busca desesperada de descobrir quem sou para além da forma e o que faço aqui.

Mas para aqueles que viram de soslaio algo para além da “normose” tornou-se evidente que a identificação com o corpo, a mente e os papéis sociais reduz a vida a uma história em que somos ou heróis, ou vilões, de histórias pessoais que nós mesmos narramos e que forçosamente procuramos acreditar.

Foi através desta procura que muitos de nós chegaram ao Yoga, como forma de nos sentirmos “melhor”, por uma questão física ou emocional.

A inquietude eterna que nos faz duvidar do vislumbre que tivemos mas a impossibilidade de negar o que vimos parece de alguma forma desvanecer com a prática daquelas posturas loucas, daquele silêncio perpetuado no tempo ou a série impossível de decorar. De alguma forma aquele movimento do corpo associado à respiração, à observação, silencia a mente e desvenda as camadas que cobrem nosso verdadeiro Ser. Porque será que isso acontece?

No programa DETOX YOUR SOUL procuramos partir do conhecimento do que somos, daquilo com que nos identificamos? Para isso, precisamos ir purificando os vários invólucros e moldes para entender a realidade ilusória. Precisamos observar e conhecer para saber como transcender as crenças limitadoras que constróiem o ego e abafam a alma.

Para isso é importante a prática diária.

Não apenas a prática de asana, mas a criação de rotinas que torne evidente os papéis, a forma como dispersamos o tempo.

Desta prática de auto-estudo – Swadhyaya, surge a consciência do que somos e de como experienciamos o Mundo à nossa volta, como nos relacionamos, como interagimos até chegarmos a um espaço onde não haja lugar para dúvidas e finalmente possamos caminhar na direcção do RECONHECIMENTO do que somos de verdade.

Após a primeira fase de auto-conhecimento, que dura cerca de 8 semanas, iniciamos o caminho do questionamento baseado nos ensinamentos de Sri Ramana Maharshi que enfatizava a meditação do tipo Vichara, interrogação, em que nos vamos perguntando: eu sou isto? E por exclusão vamos retirando aquilo que não somos. Esse processo pode ser chamado de neti neti, “nem isto, nem isto”. Não sou o meu corpo, não sou o meu pensamento, não sou o meu nome, não sou a minha profissão… E por aí fora, até chegarmos a algo que não deixe espaço para dúvidas. Nesse momento percebemos que o verdadeiro Ser é ilimitado, e toma a forma que lhe dermos. Desta percepção resulta Moksha – a desintoxicação da alma, a percepção de liberdade.

Partimos do corpo físico, mas não ficamos por aí, seguimos caminhando pelos diferentes corpos, invólucros da alma, que recebem o nome de Koshas e são cinco. São como vidros sobrepostos que se sujos impedem de ver o Mundo lá fora da forma como é.

Annamaya Kosha é o corpo físico. Anna significa comida, porque é disso que ele é composto. Todos os dias aquilo que comemos nutre as células, que se renovam a partir dessa nutrição. Pensando que este corpo é formado pelo que comemos e digerimos, se entende porque a alimentação é tão importante se queremos começar purificando os Koshas. Por isso as primeiras 4 semanas do programa DETOX YOUR SOUL são usadas para limpar o corpo das tendências alimentares tamásicas baseadas em comida industrializada, processada, pré-congelada, pré-confeccionada, reaquecida. Nas 4 semanas seguintes é realizado o convite a um detox profundo do corpo e o convite a uma alimentação predominantemente sátvica, adequada a cada constituição e capacidade de digestiva, agni. Terminando o programa DETOX YOUR SOUL em autonomia.

O interessante deste programa é a tomada de consciência da importância da prática diária da tomada CONSCIENTE de decisão com base nas observâncias do efeito dos alimentos que consumimos no dia a a dia. O melhor do programa é que essas mudanças se realizam de forma gradual e suave, de dentro para fora e não baseadas num protocolo rígido, com as quais nossa razão pode até concordar, mas nossa vontade não. Associado a este cuidado tomamos consciência de que o corpo se alimenta por todos os sentidos e de forma integral pelo que é fundamental exercitar o corpo físico e o corpo mental com a prática de asana, pranayama e meditação que acompanham todo o programa.

Pranamaya Kosha é basicamente o corpo energético que está entre o físico e o da mente, fazendo a ligação entre os dois, através do prana, o que é facilmente observável numa prática de asanas. O Prana tem uma relação especial com a mente e para onde vai a mente segue o corpo por isso se tivermos certa região bloqueada, podemos sentir resistência a que se abra pelo que é importante a presença de um professor que ajuda a levar a atenção, sem julgamento, para aquela região, para fazer a energia fluir. Isso pode trazer à tona diferentes emoções e por isso é importante perceber a egrégora a que estamos associados para não racionalizar em excesso e perceber o processo com aceitação e compaixão, lembrando que cada um é um indivíduo diferente e reagirá de forma diferente.

O Manomaya Kosha é o corpo da mente, pelo qual em vez de sangue e linfa fluem pensamentos que ficam guardados em forma de samskaras, impressões passadas que influenciam tendências de comportamento, os vasanas. No programa DETOX YOUR SOUL as entrevistas servem para auxiliar a transmutação da tendência automática de persistir ao agradável em detrimento do saudável e rejeitar o desagradável apesar de importante no processo de evolução pessoal.

A prática de asanas, Pranayama e meditação são ferramentas importantes que criam diversas oportunidades para observar esses padrões que causam sofrimento.

Vignamaya Kosha é o corpo do intelecto, da inteligência subtil. Aqui se alojam os samskaras e o Karma mais profundos. que necessitam da luz de Buddhi. Mas para que Buddhi se manifeste e prevaleça sobre a vontade do ego, apegos e aversões, é necessário que Sattva domine sobre a mente. Por isso são tão importantes as ações de purificação dos Koshas anteriores, para criar o espaço e a luz necessárias para termos Viveka, discernimento.

O último Kosha, Anandamaya Kosha, é o chamado corpo causal, a alma que causa a individualidade específica de cada um de nós. Sendo o último, o mais subtil, é o que está mais perto de Purusha, em direto contato com o Absoluto. Dá origem aos outros Koshas e o último a ser dissolvido quando se morre. Ananda pode ser traduzido como bem-aventurança, um estado de felicidade, paz e tranquilidade, que seria a matéria que compõem este corpo. Experienciar esse estado, um tipo de Samadhi, só é possível quando os Koshas anteriores estão purificados.

No fundo, este é um processo do DETOX YOUR SOUL tal como descrito no primeiro sutra do Sadhana Padha, o segundo Capítulo dos Yoga Sutras, por Patanjali. 

O propósito deste programa é entender como os corpos funcionam para saber manejá-los e transformá-los para que não nos dominem. Como dito antes, serve também para entendermos o que não somos.

Lara Lima
Fundadora do método BmQ
Sócia e Formadora da AMAYUR – Associação Portuguesa de Medicina Ayurveda (amayur.org)
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Doula Ayurveda
Professora Sénior de Yoga

Different Dimensions

By | DAILY AYURVEDA

Different Dimensions

Someone asked me if I thought about the possibility of another version of myself in a different galaxy. I don’t personally believe there is another you in a multitude of dimensions. But instead, an infinite amount of beautiful possibilities that you couldn’t even have thought to exist. Meaning that these possibilities are in reality (or in this case in some other reality) available at all times and they are as perfect as water rippling on a quiet lake, waiting to be enchanted by both your subtle touch or perhaps by a heavy and sudden drop of a rock or ponderous old self. Yes you know which one I am talking about, the one you have been carrying all your life, all those ancestral dactylograms.

In this dimension, the only one I know, we can either align with our purpose or choose to take a different turn, the unconscious one. If you do take action to be this unconscious living being, you will definitely learn from it, one way or another – in this lifetime as a human or perhaps as a completely different being in a yet to discover lifetime – but you will certainly earn.

If we are stuck in a perpetual loop of wrong decision making, we are most likely in the midst of one of our first journeys here on earth and consequently in our own evolution. But do believe the universe is like sage – wise and astute – and it will present you with the gift of manifesting and mirroring your same old patterns, until you become familiar with it and start changing the way you reward yourself, either through love, kindness and understanding or – on a more negative frequency – through feelings of guilt, shame, anger and hate, either towards others (human beings, animals or the planet) or yourself. Even if you think you have succeeded in transcending or that you are enlightened , chances are that you will return to this physical dimension in order to acquire some other learnings, different ones, through different experiences.

My belief is that, we are not so important in the whole extensive existence of the universe’s evolution that infinite parallel universes are replicating each and one of us in a slightly different manner, at least not exactly in this body shape, form and condition. Although, I do believe we are souls in a physical body, presented with infinite choices which will lead us on a different path of growth. The body is just like a suit that the soul dresses and undresses according to its needs. Sometimes we use the body as a mask – trapped in our beliefs and conditioning. We are children, daughters, brothers, teachers, rich or poor. A person who chooses to cling to old ways of being, or who is resonating at different emotional frequencies, will move swiftly further along their path and purpose (dharma) in this lifetime or will be left behind, unaware of all that is possible.

I do believe there are many different dimensions, some theorists even claim that there are 11 of them. The physical form for which we are presented in this lifetime, is one of the first ones, most specifically, the third. The third dimension is composed of three planes – three perspectives in relation to the world we live in: height, length and depth. As human beings, we also perceive the fourth one – time. It is possible to travel to the other dimensions, even perceiving all at once, if you are lucky to be god. Any added dimension, is just a new perspective, a new understanding of cause and effect, of the duality that surrounds us. Everything in this universe is a cycle. We first begin to exist and then we grow, expand, shrink and return to the source – so does the universe that contains nature, so does the soul that contains you, here and now. Everything that you thought possible and impossible, is happening now, and similarly already happened – because everything is unlocked guaranteed potential. Everything that could possibly happen, already happened and it also didn’t happen at all. So you can travel to other dimensions – or let’s call it “potential” – that’s a given, but you will only understand what this concept really means if you learn how to be lighter in spirit.

I think string theory is a way of explaining this infinite amount of possibilities that happen all at once, because the truth is, there is no time. Time is a construct of the fourth dimension – one added perspective added to understand the third dimensional world. As any perspective, it exists to facilitate understanding and so it helps us with our own expansion. One could say that the past exists for us to understand the present, the present to contemplate the future, and the future to learn how to let go of control of the ego – which leads us back to the present and grateful for the past. So it is a cycle. One couldn’t exist without the other, not in this dimension at least.

This is, to me, consciousness. We might still have our limitations in this three dimensional world, but when we progress we can further develop our growth and jump through space and time. That is why

when people meet other people and they see their potential, their vibration through the lens of their own lives and growth – they see the amazing possibilities ahead. But we should avoid imposing our own perspectives on others. We can’t force them to see through our eyes, our vision, our experience, learnings, pain and failures. It has to come from within.

I believe it is possible to manifest what you want – your most precious desires. When we are grateful for the things we want as if they are already here, we tune to that frequency – almost like adjusting to a radio frequency or station – and so, you might hear some noise, some disturbance, but when you are attuned, it sounds right – is not possible to be in the wrong place at the wrong time, if it sounds right. Only you will know what is right for you if you find the time to pause and listen, so you are aware of the subtlety in this very complex, yet simple composition, the frequencies, and the magic that is hidden within. If you stay tuned in – if you believe you already have everything that you need from deep inside your heart – inevitably you will attract an abundance of otherworldly sounds and your reality will start to feel a lot like a dream. Because when you are asleep, you are just a spectator in a higher dimension, your ego is not in control. To be awake feels a lot more like what humans perceive to be asleep (to be unconscious) and to dream – where you are in touch with your subconscious experience on earth – is to be awakened to other perspectives within the soul spectrum or dimensions. If we are aware of this, we can travel anywhere: past, present and future.

Raquel Vieira 
Aluna da Formação de Terapeuta de Medicina Ayurveda 2021
Método BmQ

Getting to know yourself – the new alternative drug for ADHD

By | DAILY AYURVEDA

Getting to know yourself – the new alternative drug for ADHD
Por Raquel Vieira

Attention deficit hyperactivity disorder, or ADHD, is a neurodevelopmental disorder that is commonly diagnosed during childhood, with a combination of persistent symptoms such as hyperactivity, difficulty paying attention and keeping focus, accompanied by tendencies to engage in impulsive behaviour. A person may not be diagnosed with ADHD until adulthood because their family or teachers haven’t been able to recognize their condition or perhaps they had a mild form of ADHD where their symptoms were slightly less evident. An adult with ADHD might not be so hyperactive, but other symptoms like inattention, a struggle to keep organised and maintain a coherent conversion, restlessness, and engagement in reckless behaviour, as well as impulsivity, start to really affect the intrapersonal (which is the relationship you have with yourself) and interpersonal (between you and others) relationships in your life both at home or at work, which can lead to instability, frustration and separation.

Although it is common to think people with ADHD can’t control their thoughts, what is really happening is that people can’t control the restlessness in their body which affects their brain. The trigger being a deficiency of the hormone dopamine, which is the hormone responsible for feeling happiness and pleasure – vital to the brain functions that regulate our mood, sleep, memory, and concentration – thus, because of this condition, the body will communicate this information to the brain and so the brain will constantly be seeking activities that bring pleasure and satisfaction to increase the production of dopamine in order to restore this chemical unbalance. This insatiable urge to pleasure can lead to anxiety, feelings of loneliness and loss of control, which in worse cases can culminate in depression.

An estimated 8.4% of children and 2.5% of adults have ADHD. The treatment for ADHD in the western world, tends to be a combination of behavioural psychotherapy, medication or both. The medicines administered are stimulants which increase the patient’s level of stimulation, through the release of the hormone dopamine and formation of new neurotransmitters that will facilitate communication between neurons, leading to a relief of the patient’ symptoms.

This means that children and adults are being heavily prescribed stimulant drugs to keep their bodies in balance throughout the day, as well as sedatives and antidepressants to help them sleep at night. This chemical cocktail might be a short-term solution but it can bring complications and a feeling of not being in control for one’s body.

The odd fact about common ADHD prescribed medicines is that they are made of molecules which are chemically similar to Methamphetamine. The difference between the two, is that ADHD medicines help to release the dopamine in the brain in a slow manner, in opposition to illicit drugs, which release dopamine at a fast speed, causing impairment of speech and brain function. The commonality here is that ADHD medication and illicit drugs create a sense of extreme euphoria, and the reason why both substances are incredibly addictive and cause dependence.

Therefore, medication alone as a possible route treatment for ADHD, will keep patients in an eternal loop of chemical stabilisers that will take away their responsibility for their own health, and consequently will hinder their innate power to self-regulate and heal their bodies, mind and spirit. When patients are taught how to have routines, we are empowering them to have better time management and organisational skills to gain control over their lives. The reward that comes from engaging in these activities plays an important role in the production of dopamine. An example of this could be a simple task of making a list of things that need to be done during the day and tick them off as they get completed. It might seem like a small task, but this act of self-love will give a sense of structure, clarity and meaning to the life of an ADHD patient.

When it comes to ADHD, it is of extreme importance that patients investigate their own behaviours and get to know their internal system, most specifically their bodies and how they feel, as well as

their minds and how these two systems are working together in shaping their behavioural patterns: how they react, perceive and interact with the world and others.

In the eastern world, most specifically within the ayurvedic medicinal system – which originated in India more than 3000 years ago – the body and mind are interconnected, and a holistic approach is taken when it comes to health matters. In ayurveda medicine, the journey is as important as the destination, and ADHD is not seen as something we have to treat, hide or even chemically change, but rather to embrace as part of our special nature. The holistic view on this shows us that, when we know ourselves, we know how our nature shapes us to act and react in a certain manner, so with knowledge, love and understanding we can restore balance through a conscious act of self-love. Think with the brain, feel with the heart. Our actions should aim to be sattvic (harmonious, balanced and steady) and so this conscious knowledge becomes the most incredible drug that we will ever have access to. By knowing ourselves, we can also heal. Most of all, we adopt a different kind of perspective that will empower us to see things differently, which will send us on a journey of self discovery to become the best possible version of ourselves.

For a person with ADHD who starts this journey of self development, the dopamine reward strategy could be the experience of a heightened sense of self esteem through engagement in movement practises such as yoga, dance or running. Both meditation and pranayamas – which are breathing techniques taught in yoga philosophy – are also a great approach to reprogram the autonomic nervous system, more specifically the parasympathetic system – which is responsible for the fight or flight response. If successful, this method will help the body return to its balanced state of homeostasis.

Studies have proven that meditation can really benefit children as well as adults with ADHD. By doing this, they are learning how to observe their thoughts and reduce their inner judgement and by consequence, they are decreasing the urge to engage in impulsive behaviour, and thus learning how to take a moment of thought before acting, or even, in the case of ADHD, reacting. Interestingly, most adults with ADHD are aware of their damaging behaviour but can’t grasp how to fully control it, therefore feelings of guilt and shame tend to play a big role in their lives.

Why are some people more affected and sensitive to stress, anxiety and the environment, where others seem to be in a smooth balanced performance of constant flow, some might ask?

Here I defend the need to take responsibility for how we humans behave in this world and how much we know about ourselves and our brain, behaviours, impulses, triggers and physical and emotional traumas. The brain is a very powerful and fascinating muscle that we often (metaphorically speaking) seem not to know how to exercise. Whenever one decides to start an exercise routine, it all might feel really hard. We might even experience laziness and weakness before we even start, or extreme fatigue and outrageous pains right after engaging in the exercise itself. But we are patient, we recover, we do it over and over – and so we come back stronger – knowing that perseverance will lead to the outcome we wish for. We also know that by making a conscious or unconscious decision to stop, our muscles will get weaker, our mobility and control over our body gets empared as it deteriorates, and so we experience a regression in our progress and growth. The same happens with the brain.

As adults, we tend to get on with our daily lives with a lack of conscience in regards to our thoughts and actions. Life gets in the way, they say. We have jobs, bills to pay, children to feed and educate, friends to entertain, and things to consume and take care of. We don’t create time for ourselves and so self-care (psychological or physical) gets thrown at the back of our to-do list. The pain we neglect, the emotions we disregard, and impatiently we shout, and in an unconscious act, we hold each other as we would hold mirrors to see ourselves. We deny each other love, as we deny love for ourservels, and in others we see the things we despise about our own selves – neglecting our shadow side, which is the unknown side or aspect of our personality that the ego does not identify in itself .

This narrative inside our heads that says “I haven’t been allowed to express myself in this way all my life, so can’t you”, is ultimately damaging. The normative behaviours and narratives we tell ourselves become strict rules to follow and everything that is of importance in life – which is to feel, to be honest, to follow our gut and trust our instincts. We dismiss and forget the importance of vibrating at the highest frequency on earth which comes from love and empathy. This is the frequency of mother earth – our planet and home – who so much gives us every day, without ceasing. Nature has this quality, it grows and expands no matter how much humans try to change or even harm. With all its qualities and ways of being – ADHD or not – nature will always keep adapting and thriving at its own pace, with or without us. We don’t dare to call it imperfect, we don’t judge it like we judge ourselves or people around us, instead, we feel its grounding quality by staying present with it. Nature is breathing, it is moving, and so are we. As my dearest and incredible mentor would say ‘all trees without wind wouldn’t grow. They need the stress of the wind to keep them firm to the ground, and it is with this quality of dancing back and forth that they grow stronger’.

So what is our purpose if not to act as a tree? To communicate through its roots – building communities – to feed from the environment and grow with every beam of sunlight and kiss of the rain – sometimes soft and romantic, sometimes powerful as a storm. Life is like the environment that feeds us, it’s always taking us both ways, high and low, light and heavy, bright and dark, day and night. There’s time to rest, and time to create balance.

In ayurveda philosophy, we would say that patients with ADHD are like air in space, like a baby tree in Autumn, or start of Spring. They seem fragile as they lose their leaves, but their branches swing wildly. People with ADHD are just beings made of different percentages of a different element in their nature, like air floating in space, for example. Like so, they might think faster than what they can verbally express – changing topics in an exciting manner – but they are also the most expressive and creative beings, the ones you will want in any brainstorm room session, thinking and talking euphorically about the world. With a scattered natural personality, it takes them ages to concentrate, but when they do, they will blow your mind with their hyper-focused skills. They are a maverick connecting dots, concepts and thoughts. Because they see things from a myriad of perspectives, they might achieve a greater connection to deeper realms of consciousness.

So how can we celebrate our own ADHD self? We can practice meditation to balance the external factors that we don’t have control over. It might feel like we are being thrown around by life, but we don’t have to give our power away. Our leaves might float around, but our roots are holding us firmly to the ground. We must amusingly enjoy the ride of your mind, because we now understand ourselves, constantly holding the belief that we are growing stronger.

Thoughts are meant to be taken as waves in the ocean. We let them come to us as a source of replenishment, and we let them go to the source without judgement, trusting they will be back. And with every deep breath in, we take in everything that we need, which is air – life – the cells regenerate. When we breathe out, the body gets rid of everything that it doesn’t need, we let go. Everything is as it should be, and everything keeps flowing. Let the prana, life force energy, bathe you in this wave of great inner completeness, almost like you are coming out from the sea on a perfect summer day. Everything you need you already have within you, and that is all, that is consciousness. Knowing you aren’t your thoughts, but who you choose to be.

Perfect as you are, you are the air that mother earth breathes. You are loved, you are love.

The Supreme divine personality said: Arjun, The persons who are transcendental to the three gunas neither hate illumination (which is born of sattva), nor activity (which is born of Rajas), nor even delusion (which is born of tamas)”. When these are abundantly present, nor do they long for them when they are absent. They remain neutral to the modes of nature and are not distrubed by them. Knowing it is only the gunas that act, they stay established in the self, without wavering.” Bhagavad Gita 14.22

 

Raquel Vieira 
Aluna da Formação de Terapeuta de Medicina Ayurveda 2021
Método BmQ

CONVERSAS COM O UNIVERSO

By | YOGUI LIFE

CONVERSAS COM O UNIVERSO

Já te aconteceu falar com alguém e teres a sensação que esse alguém não está a fazer caso?
O que fazes nessas alturas?

Provavelmente chamas a atenção e repetes de novo a informação.

E se o teu ouvinte continuar a ignorar a tua comunicação?

Acredito que actuas de acordo com a importância que esse assunto e ouvinte têm para ti. Por isso creio que das duas uma:

  1.  O assunto pode ser deixado para mais tarde e vais à tua vida tratar de outros assuntos. O ouvinte não te é assim tão querido e vais à tua vida, dirigindo-te a outros que te queiram ouvir.
  2. O assunto é importante e aumentas o tom de voz. O ouvinte é importante por isso aumentas o tom de voz.

Vamos então voltar um pouco atrás à origem do Universo.

Bum 💥  o Universo manifestou-se. Com o tempo foi-se agrupando a matéria. Este agrupamento foi realizado aos poucos e evoluindo em diversas formas, pelo menos assim conta a Cosmologia… e Darwin (evolução das espécies)… e Newton (na natureza nada se cria, nada morre, tudo se transforma). Creio que pela lógica, e pela ciência, podemos então afirmar que somos parte de um Universo criador. Ora se somos parte do Universo criador, o Universo deve ser como uma Mãe, agir como uma.

Vamos então falar do que é ser Mãe, de como elas agem.

As Mães amam os filhos e tudo o que fazem para eles acreditam ser de máxima importância. Todos os assuntos são importantes se são assuntos relacionados com os seres que mais amam, os seus filhos. Mas enquanto filhos queremos as coisas à nossa maneira, afinal somos pessoas (ao mesmo tempo que somos filhos, e não antes de sermos filhos). Creio que este é um ponto importante. Queremos as coisas à nossa maneira mas somos mais imaturos e menos experientes que as nossas Mães por isso quando queremos muito uma coisa à nossa maneira e a nossa Mãe nos desvia dessa coisa só pode significar uma de duas coisas:

  1.  As nossas Mães são umas chatas, déspotas, autoritárias e narcisistas que querem tudo à maneira delas e acham que somos suas propriedades
  2. As nossas Mães amam-nos, têm mais experiência do que nós, conhecem melhor o mundo e têm distância suficiente para verem que não estamos a ir pelo caminho certo

Ao longo da nossa existência acredito que quanto mais acreditamos no ponto 1 mais ouvimos o tão odiado “eu bem que te avisei”. E quanto mais acreditamos no ponto 2 mais confiamos que de facto existem coisas que não eram bem como pensávamos. O resultado vai dar ao mesmo, somos sempre os responsáveis pelas nossas escolhas. Podemos ou não aceitar a expertise de quem nos ama para escolher para além da imaturidade do ego ou podemos desafiar a expertise e fazer novas descobertas. Como Newton também disse “acertei muito menos do que errei”.

Agora voltemos ao diálogo que originou esta reflexão.

Se o Universo “fala” contigo te mostrando algo (ainda que não estejas a entender) qual a tua reação como ouvinte? Parar para tentar perceber ou seguir ignorando?

E quando o Universo fala te desviando do que achas estar certo acha que o faz por não ter mais que fazer ou porque te tem em consideração e está atento a ti?

E quando ele te berra? Amuas como uma criança mimada ou páras e refletes?

Se algum dia te aconteceu parar apenas quando ele desatou aos berros achas que consegues perceber os berros se começares a chorar ou desesperar? Não seria mais fácil parar, pedir desculpa e disponibilizar-te a ouvir?

O que te impede de parar?

E se já paraste mas não consegues ouvir o que te impede de ouvir?

E se já ouviste mas não entendeste o que te impede de entender?

E se já ouviste e entendeste mas não sabes como agir porque não pedes ajuda?

E se pedires ajuda estás disposto a receber a ajuda que te é dada ou fazes birra porque queres a ajuda que pediste, da forma como a pediste e não a ajuda que te é disponibilizada?

Se já te aconteceu passar por um momento em que não sabes o que fazer e tudo parece estar a desmoronar apesar de “mercúrio não estar retrógrado” o mais provável é não estares parado a ouvir o que o Universo tem para te dizer.

A minha sugestão é que pares. E se não consegues ouvir, se não consegues entender, se não sabes como agir deixa que o tempo o mostre.

Lara Lima
Fundadora do método BmQ
Sócia e Formadora da AMAYUR – Associação Portuguesa de Medicina Ayurveda (amayur.org)
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Doula Ayurveda
Professora Sénior de Yoga

AHARA

By | ALIMENTAÇÃO, DAILY AYURVEDA

AHARA – ANNA YOGA

AHARA, alimento não é apenas o alimento em si mas é de facto o alimento em si. Não basta saber o que comer mas como e quando comer. Todos os Seres Vivos precisam de comida para manter a Vida. Comer é um acto sagrado e deve ser sacralizado. Para isso vamos ter que ELIMINAR RAJAS e TAMAS que insistimos em alimentar e PROMOVER CONSCIENTEMENTE SATWA para gerar a força de acção e coragem necessárias à mudança que desejamos: firmeza, paz e serenidade no corpo e mente. Essa verdadeira forma de Ser e Estar em plena ECOLOGIA PESSOAL e que define a verdadeira Saúde.

Vamos trazer os conceitos teóricos para a condição prática :

Rajas é atividade e movimento. É desperto e mantido pelo movimento/exercício/mudança regular. Manter uma vida activa, com mudanças e a prática regular de exercício físico não é um luxo mas uma necessidade. Ter um Professor/Terapeuta não é um capricho mas uma motivação necessária para TAPAS, disciplina, e SVADHYAYA, auto-estudo.

Tamas é inércia, escuridão e morte. Quando deixamos de nos cuidar e responsabilizar pela manutenção do estado de saúde. Quando cedemos à azáfama do dia a dia, à falta de propósito na vida e nos forçamos a seguir uma rotina que alimenta esse estado não podemos contar com nada de bom.

É urgente mudar, mas para mudar não basta apenas mudar a alimentação para alimentos sattvicos. É certo que os alimentos sáttvicos são equilibrados e harmoniosos e devem constituir a base da alimentação mas o mais importante é a forma como são cozinhados, quando, como e onde são ingeridos.

A acompanhar a mudança alimentar é importante estabelecer uma rotina diária. Definir uma rotina pode parecer mais desafiante do que é realmente. O que acontece é que as rotinas que alimentam uma ecologia pessoal requer perseverança, disciplina e amor.

Talvez um dos segredos para fazer isso sem sacrifício ou esforço seja criar uma rotina que torne esta ecologia pessoal algo tão natural e prático quanto escovar os dentes.

Desconsiderando a armadilha da mente em julgar a rotina como algo aborrecido e castrador que nos impede de inovar, inventar, diversificar. Mas será que há de facto mais liberdade na cacofonia da diversidade ou na lógica da rotina? Não é difícil perceber a resposta certa, nem tão pouco garantir a sua veracidade. Basta olhar a Natureza. O dia segue a noite, é simples. A semente germina, a planta cresce, nasce uma flor da qual sai um fruto e nele existe uma semente que dará origem a uma nova planta. Independentemente dos anseios e dramas pessoais, a Vida flui em ciclos que se repetem eternamente, num ritmo sobre o qual não temos nenhum controle, mas que nos influencia. Quando entendemos como esses ciclos agem dentro de nós, podemos entrar nessa dança de uma forma mais harmoniosa. E com o tempo, vamos experienciando e observando por nós mesmos os benefícios de fluir nesse ritmo mais natural, do qual uma prática diária faz facilmente parte.

Entretanto, isso não acontece de um dia para o outro. Até porque normalmente, temos muitos hábitos que repetimos automaticamente, por anos e anos, mesmo que saibamos que não nos fazem bem. Afinal, é verdade inegável, é da nossa natureza também seguir o caminho que já trilhamos até porque esse trilho mais do que nos guia, nos identifica e isso torna-nos apegados por medo de deixar para trás uma parte de nós. E de fato, é isso que acontece, importa lembrar que o que se deixa para trás fragmentos daquilo que já não serve (como uma roupa apertada ou tão gasta que já não serve o propósito).

O truque é não focar no corte dos hábitos antigos, mas criar novos, que gerem mais espaço, luz e discernimento para depois abandonar o que não nos serve mais.

No Ayurveda esta rotina tem o nome de Dinacharya. Esta segue uma lógica, e é dividida por fases segundo o Dosha que predomina em cada uma.

O Ayurveda diz que devemos acordar com o nascer do sol, equilibrando a tendência Kapha dessa hora. A primeira coisa a fazer quando despertamos é agradecer. Parece simples, mas quantos dias começamos pensando no que temos que fazer, nos problemas do dia anterior ou resistindo a acordar? Estamos vivos e não há nada melhor que isso. Um dia novo começa e com ele se acercam milhões de possibilidades de encontros, experiências, vivências e aprendizados que não podemos imaginar, por muito previsível que nos pareça o quotidiano.

Quando nos levantamos, devemos começar nas tarefas de eliminação resultante do metabolismo da noite. Para isso a primeira coisa que deves fazer é tomar um desjejum liquido (no teu caso sumo de aipo ou chá de gengibre) para hidratar o corpo, eliminar toxinas e acordar o Agni, o fogo digestivo. depois um pouco de exercício (para ti 10-15m) e logo sentirás vontade de iniciar as eliminações matinais, essencial para começarmos o dia renovados.

SUGESTÃO DE DESJEJUM
– chá de hortelã ou apenas água morna

Das 6h ás 10h da manhã é a hora Kapha, que traz consigo as qualidades deste Dosha, que é pesado, lento, frio, suave e pegajoso. Quando aumentamos esses atributos, dormindo, comendo alimentos frios e doces, como iogurte e pão, o que acontece é que os reforçamos, levando ao seu agravo e gerando desequilíbrios como sensação de peso, produção de muco ou náuseas. A ideia de seguir o Dinacharya é exatamente equilibrar a tendência natural de cada fase do dia, para que nenhum Dosha se agrave.

SUGESTÃO DA PRIMEIRA REFEIÇÃO DA MANHÃ E POSSIVELMENTE PARA UM LANCHE A MEIO DA TARDE
– Fruta madura ou fruta cozidas com cardamomo, anis e funcho e Passas de Uva

SUGESTÃO DE ALMOÇO
– Antes das 13:00, assim que surja a fome e que seja completo para trazer sensação de satisfação.

Sopa OU prato.
Acompanhar com infusão de gengibre ou hortelã.
Terminar com café

LANCHE
– Chá, cevada ou sumo de fruta espremido na hora

À noite, um jantar leve facilita o sono e o descanso, não devendo ser feito depois das 20h da noite. Também os sentidos devem ser nutridos com impressões leves.

JANTAR
– Creme de legumes ou arroz de vegetais ou legumes salteados.

A partir das 22h é de novo o horário Pitta. É tempo de oficialmente deixar para trás tudo o que pertence ao dia e tomar um banho para purificar o corpo e mente.

Estas não são regras fixas, mas sugestões que podes seguir, pôr à prova e experienciar. Isso é Ayurveda, isso é ciência da Vida: estar presente, atento àquilo que acontece com o corpo e a mente. Aos poucos, a sintonia com o ritmo natural acontece assim como a libertação das reações automáticas resultantes dos desejos e aversões. Rompem-se padrões de comportamento instalados por anos. E através da observação, e experiência percebemos que entrar nessa dança é mais fácil do que aprender salsa. Talvez menos divertido mas altamente compensador e um desafio constante, uma dança que não tem perfeição ou fim, um exercício de aceitação da inquestionável impermanência da Vida.

Lara Lima
Fundadora do método BmQ
Sócia e Formadora da AMAYUR – Associação Portuguesa de Medicina Ayurveda (amayur.org)
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Doula Ayurveda
Professora Sénior de Yoga

UM “COVID” A PARAR

By | YOGUI LIFE

UM “COVID” A PARAR

Dia 27 de Janeiro chegou a minha vez de não ser uma COVID excluída.

Passaram 2 anos sobre a pandemia e estava a ver que chegava ao fim com o bicho a negar a minha existência. Tardou mas chegou, finalmente ele demonstrou-se não só democrático como defensor do direito a voto sobre como viveria a minha vida nos próximos 7 dias.

Confirmado o resultado do teste por um exame mais profissional, ou pelo menos uma colheita mais profissional, tinha chegado o momento de comunicar e fechar o círculo à minha volta. A aceitação foi total e os votos carinhosos de rápidas melhoras um aconchego.

Chegava agora a minha vez de receber o vírus e não o deixar muito à vontade. Os vírus são como os hóspedes, ao terceiro dia maçam (diz o meu marido repetindo as palavras do Pai).
Aceitar a presença do bicho no meu corpo foi fácil o mais desafiante seria mesmo ser coerente com o que recomendava aos outros e… parar.

Parar seria sem duvida o mais desafiante. Desligar a tendência quase inconsciente de verificar as mensagens no telemóvel a cada hora, estar com os meus filhos com tempo para sobrar tempo, olhar para a casa e ter tempo de ver o pó sobre o que está parado há demasiado tempo, dormir sem pressa para acordar, estar 24h com o homem que escolhi partilhar a vida e sentir-me grata por estar a seu lado, não fazer planos para além do almoço e jantar, repetir o acordar sem repetir o dia, fazer o caminho que conduz a minha casa sem ter de partir ou chegar, ver os miúdos crescerem e brincarem na casa da árvore que estava até aqui inabitada.

A minha vida acontece muito rápido, muitas vezes sem dar conta. Foi assim que apanhei o vírus, sem dar conta. Esta rapidez arrasta em si um medo latente de parar. Mais ou menos como quando vamos na autoestrada e temos receio de que algo se atravesse e tenhamos de travar a fundo. Esta travagem brusca conduz inevitavelmente a conduzir a atenção para os pés e os pés muitas vezes antecipam o embate.
Fiquei feliz por desta vez ao travar não sentir o embate do medo. Esse medo que sabemos não ter razão para sentir até sentir, e então não saber como deixar de o sentir. Esse temor de ter medo de ver o abismo ao parar inquietava-me e agora que permanecia quieta não encontrava o medo. Foi estranha a sensação de liberdade mas, ao senti-la quase como uma carícia, tive a certeza de ser o resultado de anos de prática e estudo.

Ainda assim permaneci atenta, não seria a primeira vez que me julgando forte no ensinamento sucumbiria aos desejos do ego e à engenhosa mentira da mente sobre um Mundo que depende de mim para continuar.

Há tanto tempo que esperava pelo vírus que acabei por me conseguir preparar para a sua chegada, sempre com um olho aberto pois a verdade é que não conheço bem o que é isto que trago dentro.

Apurei os cuidados e percebi o tanto de cuidados que já vínhamos a ter há anos. A nossa alimentação é fresca, local e simples. As manhãs são saudadas com alegria, gratidão e respirações profundas. O corpo conhece o descanso suficiente mas não a letargia ou preguiça. Os telemóveis sabem manter a distância da família e a televisão só anima os mais novos enquanto os mais velhos tiram o seu tempo de conversa. Os jogos estão espalhados pela casa e os livros namoram-se pelo sofá. No armário dos remédios temos chá, mel e algumas ervas ayurveda que consumimos neste período. O ben-u-ron espreita tímido na ansia de ser escolhido. E foi, duas vezes.

“Não me pareces estar doente, Mummy” – dizem os meus filhos enquanto caminhamos pelos campos ou estendemos a roupa nas cordas do jardim.

“Tenho o vírus mas não estou doente” – respondo, agradecendo os anos de entrega ao conhecimento que me conduziu à mais de uma década a um estilo de vida que sustenta e nutre o meu sistema imunitário.

Passaram os 7 dias.

Sou uma mulher grata por esta visita, podem ler o meu diário e revistar a minha alma que vão encontrar apenas gratidão e não negação de que ele por aqui passou.

Esta é a minha partilha.
Se te tocou comenta.

Encontramo-nos pelos caminhos da vida consciente, porque eu bem-nos-quero!

Lara Lima
Fundadora do método BmQ
Sócia e Formadora da AMAYUR – Associação Portuguesa de Medicina Ayurveda (amayur.org)
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Doula Ayurveda
Professora Sénior de Yoga

AMA PACHANA

By | ALIMENTAÇÃO, DAILY AYURVEDA

AMA PACHANA? EM QUE CONSISTE? COMO SE FAZ PARA QUE SERVE?

 

Existe um momento na nossa vida em que ambicionamos ter mais consciência do corpo, dos seus limites e dos seus desejos na esperança que essa consciência traga maior alinhamento com quem sabemos ser.

Os caminhos para chegar a esta consciência são muitos mas aquele que encontrei e me fez sentido, e por isso partilho foi o Ayurveda.

Segundo o Ayurveda, o primeiro passo para um caminho consciente é a desintoxicação do corpo e da mente das crenças e paradigmas em que vivemos e que já não nos servem. Sabemos que não nos servem porque vivemos essa sensação de desconforto resultante dos hábitos alimentares, rotinas diária e meio ambiente. É o que fazemos todos os dias que gera desconforto e não o que fazemos pontualmente. Por isso devemos seguir o António Variações e “muda de vida se não vives satisfeito, muda de vida estás sempre a tempo de mudar”.

Esse é o tema de hoje, um programa chamado Ama-Pachana, o ponto de partida para um Detox Your Soul (sabe mais sobre este programa nos Programas BmQ) que resulta na limpeza das biotoxinas produzidas por um corpo e mente em desequilíbrio.

AMA, A RAÍZ DA DOENÇA

Ama é considerado pelo Ayurveda como a raiz da doença e é possivelmente o grande diferencial na forma como Ayurveda entende a saúde e a importância da alimentação para uma vida plena e saudável.
Ama são as biotoxinas resultantes não apenas da toxicidade do que nos chega através do exterior como da não digestão e/ou má digestão de tudo o que chega ao nosso corpo através dos 5 sentidos, seja alimento denso ou mais subtil. Ama inclui também, por isso, a digestão de emoções (ama mental).
Aqui surge outro paradigma interessante sobre a alimentação pela perspectiva Ayurveda. Alimentação é mais do que o alimento que chega ao corpo através da boca. Alimentação é TODA a informação, densa ou subtil, que chega do exterior através dos sentidos, é processada/digerida pelo sistema digestivo e/ou pelo sistema nervoso, para se tornar na nossa substância pessoal.
Quando o alimento, seja de que fonte for, chega ao organismo e não é corretamente digerido ele fica estagnado no corpo fermentando e produzindo biotoxinas – Ama, condicionando a absorção do alimento e consequente nutrição dos tecidos o que pode levar ao aparecimento de doenças. As doenças são sempre antecedidas por sinais de alerta de que algo não está a funcionar de forma plena.
No Ayurveda esses sinais são denominados por desequilíbrios e correspondem de forma geral a rigidez mental, letargia ou sonolência, alterações do sistema gastro-intestinal como distensão abdominal, diarreia ou obstipação e de forma específica a:

Ama Vata: prisão de ventre, pele seca, inchaço abdominal, dores articulares generalizadas. Em casos mais graves, pode levar a diverticulite, artrite ou dor ciática.
Ama Pitta: a urina e as fezes podem adquirir um tom esverdeado ou amarelado. Pode provocar náuseas, diarreia, e também problemas de pele como coriza cutânea, úlceras gástricas, problemas de fígado, e ainda inflamações e infecções.
Ama Kapha: gripes, tosse, congestão nasal, congestão linfática, e pode sentir-se a necessidade de arrotar, mas sem conseguir alívio.

AMA, QUANDO ACONTECE

A produção de ama é uma condição da Vida e em nada a condiciona se em quantidades que conseguem ser eliminadas pelo organismo. Porém, quando o ama produzido é superior à capacidade do organismo em eliminar aí surgem os desequilíbrios. Portanto, o nível de Ama que se acumula no organismo ao longo da vida definirá como o corpo combaterá agentes externos ou forças hereditárias, por exemplo.
Alguns hábitos que contribuem para a formação de Ama são:

• Comida pesada ou fritos
• Comer em excesso
• Excesso de comida fria ou crua
• Açúcares processados
• Excesso dos sabores doce, azedo ou salgado
• Um estilo de vida com muito stress, falta ou excesso de exercício físico, dormir muitas horas, horários de refeição irregulares
• Comer pouco antes de ir dormir
• Emoções reprimidas ou não resolvidas
• Retenção voluntária de urina, fezes, suor, que não são eliminados no tempo e forma adequada.

Para realizar uma desintoxicação ayurveda, a dieta é simples e os produtos são encontrados de forma fácil. Após o período da dieta, o tratamento tem continuidade por meio de terapias corporais como massagem e sauna, meditação, Yoga e exercícios respiratórios, e fica completo com um plano nutricional nutritivo.

AMA PACHANA E DINACHARYA

Ama Pachana significa ‘digestão de toxinas’ em Sânscrito e consiste num programa de eliminação de ama presente nos tecidos através de uma dieta de pacificação e desintoxicação leve do sistema digestivo acompanhada por uma mudança de hábitos e rotinas que devem ser desenhadas de forma personalizada para cada pessoa, em cada situação, objetivo e necessidade.

Apesar de se tratar de um procedimento aparentemente simples é na sua simplicidade que reside a sua eficácia e complexidade pelo que não deve ser realizado sem falar antes com um TERAPEUTA AYURVEDA capacitado que irá mapear as características e necessidades relevantes para o procedimento, e trabalhar da melhor forma possível para equilibrar o que estiver em desequilíbrio, reduzir ou eliminar más condições e melhorar a qualidade de vida do paciente. de forma personalizada, onde a duração e intensidade dependerá do nível de toxicidade presente no organismo.

Os alimentos, chás e condimentos que serão consumidos são simples e facilmente encontrados sendo o foco a escolha de alimentos orgânicos, simples e de fácil digestão. Além disso, o uso de chás e temperos irão regularizar o nosso metabolismo, realizando a desintoxicação do sangue, tecidos e órgãos.

DURANTE O TRATAMENTO a ingestão de água deve ser substituída por chá digestivo uma vez que a ingestão de água fria pode comprometer o agni. A quantidade e frequência de ingestão do chá e da dieta é livre.

Para a eliminação de Ama, é indicado também o recurso a terapias como a Abhyanga e o Udwartana (massagem estimulante e exfoliante preparada com uma combinação de pós e ervas fitoterápicas e óleos medicados de acordo com o dosha) e Swedana (sauna).

O procedimento Ama Pachana deve ser realizado em profunda consciência e disponibilidade para refletir e perceber a “fome” constante que a mente pretende saciar e que na maioria das vezes apenas de se apropria indevidamente do nome “fome”. Por essa razão, meditar diariamente durante este período potencializa os bons resultados.

Uma vez que ama pode ter também origem mental a sua eliminação não acontece por exclusiva mudança da dieta mas de rotinas como:

• Yoga, porque acorda prana (a energia vital) no corpo, aquece-o, e acalma a mente.
• Procurar um estado mental de respeito por ti própria e pelos outros, compaixão, generosidade, paz interior e amor incondicional.
• Praticar meditação, não só para reduzir o stress, mas para ajudar na digestão de emoções e pensamentos.

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SUGESTÃO DE DIETA DE AMA PACHANA POR 3 DIAS

Apesar da forte recomendação em não realizarem programas Ama Pachana sem orientação de um terapeuta ayurveda que desenhe um acompanhamento especifico para as necessidades e toxicidade do momento, deixo uma sugestão de um dia de dieta anti-ama, que pode ser repetido por não mais do que dois dias, totalizando 3 dias de dieta.

Esta proposta é apenas um exemplo suave do tanto que a responsabilização pela nossa saúde pode fazer por nós e o impacto que as nossas escolhas, em prol de uma vida mais simples, têm na possibilidade de viver de forma mais consciente.

Para melhores resultados, um programa completo de desintoxicação e o acompanhamento profissional é o mais indicado (sabe mais em programas BmQ – Detox Your Soul, Panchakarma e Back to Life).

 

PREPARAÇÃO PARA AMA PACHANA

 

Noite anterior

1. Realizar a última refeição até as 19h, de preferência um caldo de legumes.

2. Antes de dormir, comer pasta de 3 ameixas secas, previamente hidratadas em água, e uma pitada de gengibre em pó seguidas de uma chávena de chá digestivo.

3. Deitar antes das 22h.

Manhã

1. Levantar às 6h (ou antes se acordar mais cedo).
2. Lavar os dentes, raspar a língua, bochechar com 1 colher de sopa de óleo de sésamo. (Não engolir, nem gargarejar o óleo).
3. Fazer uma breve massagem corporal com óleo de sésamo. Movimentos ascendentes nos braços e pernas e circulares nas articulações e barriga.
4. Tomar banho.
5. Fazer a eliminação dos malas (urina e fezes).
6. Tomar meia chávena de água morna com 10 gotas de limão e uma colher de chá de mel velho.

Início do preparo do desjejum, que acontecerá após ½ hora, após a ingestão da água morna com limão, de preferência às 7h.

a. Comer 1 ou 2 maçãs (ou peras) cozidas em água, ½ col de chá de cúrcuma, funcho, cravo, canela, anis estrelado (a gosto). Servir com canela em pó.
Para acompanhar, chá de gengibre.

b. Após desjejum pequena meditação ou caminhada na natureza ou ouvir música relaxante.

[ ATENÇÃO ]

– Evitar petiscar entre as refeições.
– Procurar beber chás como erva doce, cavalinha, camomila ou gengibre.
Dica: Fazer um litro de chá por dia, manter à temperatura ambiente e beber ao longo do dia para ajudar a drenar as toxinas.

 

Almoço (entre 11h e 13h)

Kichari (prato tradicional ayurveda para estados de convalescência, desintoxicar e emagrecer)

– Arroz (2 partes)
– Lentilha rosa, lentilha ou feijão moyashi (1 parte)
– Água (4 partes)
– Azeite (1 c. de sobremesa)
– Cúrcuma, gengibre, coentro em pó, cominho, sal, pimenta,
– Opcional, até 3 legumes: cenoura, chuchu, courgette, feijão verde, espargos, abóbora, brócolos…
Depois de pronto adicionar limão espremido e coentro fresco picado.

Preparo: Deixar a lentilha de molho na noite anterior ou três horas antes do cozimento, colocar a água para ferver.

Na panela: Abrir as especiarias em azeite ou óleo de mostarda em fogo médio, quando criar uma leve espuma e o aroma se sentir no ar, adicionar o arroz já lavado e a lentilha ou feijão moyashi escorridos. Mexer um pouco e em seguida colocar a água fervente. Cozinhar por 10 min e adicionar os legumes escolhidos. Cozinhar por mais 10 min ou até os ingredientes ficarem macios. Ajustar o sal.

 

Jantar (de preferência até as 19h)

Caldo de legumes

 

 

Esta é a nossa sugestão.
Se gostaste experimenta.
Se gostaste e experimentaste comenta.
Se queres fazer a diferença partilha.

Nos encontramos pelos caminhos do Ayurveda!

Lara Lima
Fundadora do método BMQ, formadora da AMAYUR
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Professora Sénior de Yoga