Toda a colheita é um mar sem fim.
Um pé nascido da areia.
Pedaços de mim.
Que toda a aurora pulsa e encandeia.
Todo o cedo pressente
o ondular do tempo a florir.
A vocação de ser presente
da tarde passada a rir.
O regresso à chávena de café
presa na mesa da praça a ver-me
no infindo todo que toda a gente é.
Diante da vida ei-de, por vezes, conhecer-me.
Solúvel é o instinto do vento
a lavar o tapete debaixo da inquietação
tingida de voz e talento.
Toda a colheita é troca e emoção.